Chega em casa, finalmente. Seu refúgio, certamente. Abraçar o gato, loucamente. Tirar o jeans, de forma iminente. E o sutiã, urgentemente. Prá cozinha, tapar o buraco do dente. No sofá, se jogar feito um doente. Internet, prá saber da sua gente. Na linha do tempo, só se fala da presidente. No Facebook, muita menina carente. Melhor relaxar, com uma ducha bem quente. Esfoliar a pele, delicadamente. Água que cai, continuamente. As tristezas se esvaem, salgadamente. As ideias vêm, fluidamente. Molha o corpo, e clareia a mente. Limpar o rosto, com adstringente. Abraçar quem chega, carinhosamente. Perguntar sobre seu dia, preocupadamente. Uma palavra, que lhe faz sentir potente. Na tv, tudo recorrente. Um abraço, pouco inocente. Um beijo ardente. Um encontro sem precedente. Planejar no dia seguinte, fazer algo diferente. Rezar por aqueles, que ama incondicionalmente. Querer ter sonhos, com os quais acorde contente. Querer ter sonhos, prá poder olhar prá frente.
Imagem: Michael Aaron Williams