(…) Apenas quero que dentro de si mesma haja, na hora departir, uma determinação austera e suave de não esperar muito; de não pedir à viagem alegrias muito maiores que a de alguns momentos. Continuar lendo
reflexões de viagem
Bluebird
“Há um pássaro azul no meu coração que quer sair, mas eu sou demasiado duro para ele e digo, fica aí dentro, não vou deixar ninguém ver-te. Há um pássaro azul no meu coração que quer sair, mas eu despejo whisky para cima dele e inalo fumo de cigarros e as putas e os empregados de bar e os funcionários da mercearia nunca saberão que ele se encontra lá dentro. Há um pássaro azul no meu coração que quer sair, mas eu sou demasiado duro para ele e digo, fica escondido, queres arruinar-me? Queres foder-me o meu trabalho? Queres arruinar as minhas vendas de livros na Europa? Há um pássaro azul no meu coração que quer sair, mas eu sou demasiado esperto, só o deixo sair à noite, por vezes quando todos estão a dormir. Digo-lhe, eu sei que estás aí, por isso não estejas triste. Depois, coloco-o de volta, mas ele canta um pouco lá dentro, não o deixei morrer de todo e dormimos juntos assim com o nosso pacto secreto e é bom o suficiente para fazer um homem chorar. Mas eu não choro. E tu?”
Charles Bukowski, O Pássaro Azul
Imagem: Luce Cannon
“Algún día en cualquier parte, en cualquier lugar, indefectiblemente te encontrarás a ti mismo, y ésa, sólo ésa, puede ser la más feliz o la más amarga de tus horas.”
Pablo Neruda
“A viagem supõe uma experimentação em nós que tem a ver com exercícios costumeiros entre os filósofos antigos: o que posso saber de mim? O que posso aprender e descobrir a meu respeito se mudo de lugares habituais e modifico minhas referências? O que resta da minha identidade quando são suprimidos vínculos socias, comunitários, tribais, quando me vejo sozinho, ou quase, num ambiente hostil ou pelo menos inquietante e perturbador?” Michael Onfray
Conselhos Shakesperianos pré-embarque
Esses foram os conselhos de um pai a um filho antes que ele partisse para uma temporada no exterior.
Poderiam ter sido palavras de qualquer pai a qualquer filho, ditas pouco tempo atrás, em qualquer lugar do mundo. Porém trata-se de um diálogo escrito por Shakespeare, no livro Hamlet, em algum ano perto de 1600. Ainda assim, não é incrível como os conselhos fazem sentido até hoje?