“No estrangeiro, nunca se é um estranho para si, mas sempre o mais íntimo”. Michael Onfray
Se no Brasil muita gente tende a olhar com estranheza para comportamentos que fogem do padrão, no exterior ninguém tá nem aí pro que você faz no restaurante, com sua carreira, como se veste ou com quem se relaciona.
Sejam por fatores econômicos, culturais ou de legado deixado pela família Real quando dividiam solo brasileiro com os tupiniquins (sempre convém culpá-los pelas nossas mazelas), aí vai a listinha das neuras que você pode deixar no Brasil quando embarcar rumo aos destinos mais populares de intercâmbio.
- Marmita/doggie bag
Não conseguiu mandar ver aquele pratão delicioso no restaurante? Pede pro garçom embrulhar – é bem possível que o chef se sinta lisonjeado, inclusive. Quer seguir a risca sua dieta, comer bem e barato? Só carregar a marmita prá onde quer que vá. (Ao que tudo indica, ambas tendências estão se popularizando no Brasil. Ponto prá gente!).
- Usar transporte público
Se no Brasil o uso de transporte público ainda é relacionado à ideia de fracasso, fora do país é uma beleza ver estudantes, engravatados e o pessoal da obra dividindo os assentos – desde que estejam todos cheirosos, é claro (e normalmente estão).
- Pedir água da torneira
Simples assim, avisa o garçom que você só quer uma aguinha da bica mesmo. Ele serve feliz e você ainda poupa uns bons tostões no fim do mês.
- Trabalhar menos de 40 horas por semana
Ainda que haja essa opção no Brasil, parece que há muito mais demanda por empregos de meio turno no exterior. Mesmo que essa alternativa possa travar a ascensão na carreira e renda menos dinheiro, por outro lado, se ganha tempo para… viver! No exterior você tem mais opções caso ache antiquado o esquema 10 horas/dia, vigente desde mil oitocentos e não-fiz-pesquisa-prá-saber-quando…
- Fazer compras mal vestido
Mesmo que seja da natureza humana fazer pré-julgamentos com base no que vê, em alguns lugares isso é mais evidente do que em outros. No Estados Unidos eu ia pro shopping com o uniforme de camareira mesmo, uma beleza. Já em países onde o abismo social é grande, é preciso deixar claro seu potencial de compra – logo, que “merece” ser bem atendido. Muitas vezes a forma mais prática de comunicar isso é pelas… roupas. Triste.
- Bater na porta para pedir emprego
Mesmo que soe um pouco antiquado, na prática, quem vive no exterior sabe que é no face-to-face que as coisas acontecem. No caso de emprego mais técnico, ok, passa pelo mundo virtual primeiro – mas se tiver difícil eu sigo apostando numa visita pro gerentão com o currículo impresso, quero ver ele se esquivar.
- Mudar de carreira
É comum que, na flor dos 17 anos de idade, nosso auto-conhecimento não esteja tão bem desenvolvido, e a gente ceda às pressões da escola e da sociedade, optando por uma carreira convencional. Nesse processo, muita gente acaba abafando suas verdadeiras vocações – que também podem surgir lá pela idade adulta. No exterior, você tem muito mais espaço para exercer seus potenciais, por mais “inadequados” que eles possam parecer para seu círculo de convívio no Brasil. Cabelereiro, confeiteira, jardineiro, designer de sobrancelhas, apanhador de centeios, sei lá; nesse mundo há espaço pra todas profissões, e o reconhecimento do valor de cada uma delas parece ser mais evidente no exterior.
Imagem: Unsplashed
“Coisas que voce pode fazer em paises ricos sem ninguem julgar”. “Exterior” é bem maior que australia, europa e eua-canada 😉
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Verdade Cleber, mas o conceito de “riqueza” tbém eh tão subjetivo… Por isso me referi, no início do texto, aos “destinos mais populares de intercâmbio” – embora o “exterior” seja muito mais do que eles. Beijo!
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