Pão de queijo, guaraná e até Festa Junina já estão quase virando commodities globais. Amigos, família e cachorro farão uma falta danada, mas disso a gente já sabe antes mesmo de partir. Mas os itens abaixo… ááaah, desses eu não esperava sentir saudade.
Feriado quase todo mês
Ainda não me acostumei com o ano que começa prá valer em Janeiro. O último feriado que vivi aqui na Austrália foi em Junho. O próximo será só daqui há q-u-a-t-r-o meses. Depois tem que esperar até o Natal. Aliás, se há feriados religiosos como Natal e Páscoa, custa ter uma padroeira prá homenagear lá pelo meio do ano? Os trabalhadô agradece.
Pão francês fresquinho
Torradinho ou branquinho, não importa, só queria achar um recém-saído do forno, com miolo fofinho e casquinha crocante, daqueles que fazem a sacolinha suar, a manteiga derreter, o fim do dia valer a pena… a vida ganhar sentido…
Nosso humor
Se é verdade a máxima de que rir de tudo é desespero, talvez seja essa a razão do aguçado senso de humor dos brasileiros. Tudo bem que sobram motivos para pânico, mas fazer graça da própria desgraça é habilidade para poucos. E dessa a gente domina. Rá!
Música e comida na praia
Tá certo que uma praia sossegada tem seu valor. Mas quando o livro entedia, quando a fome aperta e a boca seca…. cadê os “bixcôito Grôbu”, um queijinho coalho, uma água de coco Senhôôôr?!
Nossas frutas
Deus me ajude a encarar essas bananas gigantes e insossas daqui, essas uvas sem sementes que não apodrecem nunca (fiz um teste tipo aquele do McDonald’s e elas resistiram por meses, intactas, na minha geladeira). Saudade do mamão papaya nosso de cada dia, de um figo baratinho de feira (aqui o quilo custa até $50), snif.
Décimo terceiro salário
Meus Natais nunca mais foram os mesmos desde que perdi o tão esperado salário extra no fim do ano. E por que diabos não implementam isso no exterior? Aqui também rola troca de presentes, viu chefe? E o meu pode vir em forma de 13º.
Comanda nos bares
Enquanto por aqui vejo muitos lugares com a simpática plaquinha de “não dividimos conta”, nada mais organizado e democrático do que cada um ter seu registro de consumo. Além de evitar confusão quando vem a conta, não é preciso ficar separando dinheiro no meio da boate lotada toda vez que você quer um drink.
Começando a ficar de saco cheio desses lugares onde as pessoas precisam estar bêbadas prá dançar. Como podem resistir parados aos embalos de um tuc-tuc empolgante? Como conseguem assistir a shows sentados? Até nos esportes, falta nossa energia. Afff que agonia… Chacoalhaaaa galera!
Mania de foto
Embora estejamos longe de servir de exemplo no quesito fotos, aqui na Austrália já perdi a oportunidade de registrar alguns bons momentos por vergonha de ser a única disposta a fazer pose.
Nossos memes
Como se diz “sabe de nada inocente”, “sexy sem ser vulgar”, “senta lá Cláudia” ou “só que não” em inglês? Sorry, não há tradução, muito menos expressão correspondente. Simplesmente porque a habilidade de criar e disseminar essas pérolas nos pertence. Mais um motivo para se orgulhar – alôca!
Habilidades futebolísticas
Mesmo que eu nunca tenha simpatizado com a cultura do futebol, bastou ir a uma partida de rúgbi prá perceber como o esporte favorito dos brasileiros requer muito mais malandragem, jogo de cintura (e atos teatrais). Fora que, para uma amadora como eu, que não entende nem de futebol nem de rúgbi, é muito mais fácil acompanhar uma pelada do que entender as regras do rúgbi, que aliás eu nunca sei quando comemorar o… gol… Gol? Peraí…
Promoção relâmpago pro México, Eua e países vizinhos
Um drama na vida de quem mora nessa longínqua ilha continental chamada Austrália, cujo isolamento dificilmente nos permite ir além-mar sem precisar desembolsar umas boas mils doletas. Três segundos de silêncio pros #FirstWorldProblems.
Cafés da manhã
Porque nem sempre o estômago acorda disposto a encarar eggs, sausages and bacon logo de manhã cedo né? Já tá na hora do mundo acordar pro valor de um bom buffet de frutas, pães, frios, bolos… Ou será que estou sonhando? (Ai quanto trocadilho!)
Nossa relação com o álcool
Mesmo que proibir o consumo de álcool em locais públicos seja uma política bem intencionada, ter que beber escondido, por causa de uma meia dúzia de babacas, é de última. Enquanto a gente bebe e vira fanfarrão, os gringos se tornam uma ameaça e querem briga. Um brinde pros brasileiros!!
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Imagem capa: Filipe Costa